Não é raro encontrar casais recém casados ou juntos há muito tempo reclamarem um do outro quanto à questão dos limites. Não é preciso visitar um consultório particular de um psicólogo, um psiquiatra ou um especialista na área para se constatar isso. Esse fato salta aos olhos e aos ouvidos de qualquer um, em qualquer lugar. Basta, por exemplo, estar num ônibus rumando para casa ou para algum compromisso para de repente se deparar com duas mulheres ou dois homens trocarem queixas entre si do parceiro alegando que não é respeitado em relação aos limites impostos.
Mas, como agir quando isso está acontecendo? Onde começa o problema e por que ele acontece? Não é preciso ser um expert no assunto para afirmar que a origem talvez esteja justamente no berço, na educação recebida. Claro que, a despeito das falhas dos pais, cada um deve ser responsável por si mesmo e por suas atitudes, e jamais deve-se culpá-los pelo que fizeram ou deixaram de fazer. Até mesmo porque procuraram fazer aquilo que acharam melhor, embora muitos deles, por não saberem como agir ou mesmo por omissão ou negligência foram os protagonistas de muitos fracassos dos seus filhos. Que fique claro também que eles, os filhos, também têm sua parcela de culpa, de irresponsabilidade.
A questão dos limites tem sido motivo de tanta preocupação não só por parte de especialistas e entendidos da área, mas também por parte de pais, educadores, diretores de escola, professores, e todos aqueles que lidam com as mazelas e vicissitudes humanas. A razão e estopim de tudo isso é uma só: a violência cada vez mais precoce e desenfreada. Desde que a imprensa trouxe a público o crime em família que aconteceu na mansão Von Richtofen, onde a própria filha foi o algoz e a protagonista do fato, nunca se discutiu com tanto afinco a questão dos limites.
Os doutores Henry Cloud e John Towsend, ambos PhD em psicologia clínica pela Biola University, são autores da série de livros intitulada Limites . Eles abordam o assunto em diversas áreas do relacionamento, como no casamento e na criação dos filhos. Em sua pertinente obra, Limites no Casamento , eles mostram que tipo de conflitos podem surgir quanto não se há limites no casamento, e o que fazer quando um ou outro não os aceita. De cara eles deixam claro o que pensam aqueles que não gostam de limites. “As pessoas que não respeitam os limites dos outros em geral têm um único lema na vida: faço apenas o que quero.” Segundo explicam a razão de tal comportamento. “Quem é avesso aos limites reage dessa forma porque realmente acredita que o limite – qualquer que seja – seja injusto e ofensivo.”
Como então agir nesses casos? Eles dão algumas dicas. Aqui vão elas:
- Não negue nem minimize a situação se o problema de limites for grave. De nada adianta fugir da verdade;
Não desconsidere a situação, esperando as coisas melhorarem. O tempo por si só não cura a imaturidade;
- Não fique mais complacente e afetuoso, achando que o amor conserta tudo. O caráter precisa mais do que o amor para amadurecer;
Não seja implicante. Ficar repetindo a mesma coisa não vai mudar nada (PV 21.9);
- Não se deixe surpreender toda vez com o comportamento do seu cônjuge. É uma reação defensiva comum de quem ainda tem esperança. Se uma pessoa inconseqüente não sofrer nenhuma pressão externa, continuará inconseqüente. As coisas não vão mudar enquanto você não começar a fazer mudanças em seu relacionamento;
- Não jogue a culpa no outro. Dificilmente os conflitos de limites no casamento têm um lado totalmente inocente e outro lado totalmente culpado. Reconheça a sua parte no problema, tirando a trave de seu próprio olho (Mt. 7:5);
- Não assuma toda a responsabilidade pelo problema. Se você eximir o seu cônjuge da parte que lhe cabe, vai piorar ainda mais o problema (Pv. 19:9)
Essas dicas são válidas e estão inseridas num contexto em que a falta de limites está relacionada à falta de caráter, quando o cônjuge sabe o que está sentindo e pensando, mas menospreza os limites que você impõe e até os resiste. Nesse contexto e caso, dizem os autores, o problema deve ser tratado isoladamente, ou seja, só um dos cônjuges – no caso, o que está sendo menosprezado), já que ambos são como adversários. Eles recomendam que o problema não deve ser tratado em conjunto, ou seja, o companheiro procurar o companheiro e solucionar a questão. Cloud e Towsend explicam. “Como uma criança irritada, seu cônjuge não vai gostar quando você entrar no universo dos limites... Não espere a cooperação de seu cônjuge.”
A questão dos limites é um problema universal e comum a todos, a despeito da cor da pele, classe social, formação acadêmica. Não são apenas os casados que enfrentam esse tipo de problema. Não são apenas os marginais que resistem aos limites. Todos nós, em algum momento da vida (para não dizer todos) já resistiu e ainda resiste aos limites. Afinal, quem gosta de receber um “Não” como resposta? Domar a carne e a índole humanas não é tarefa fácil, mesmo para o mais espiritual dos homens. A Bíblia está recheada de exemplos de homens e mulheres que sempre tiveram dificuldades para lidar com sues limites e os limites dos outros. E o preço que tiveram que pagar por infringir regras foi altíssimo.
Assim. Se considerarmos que educação vem do berço e que é de lá que se inicia todo o processo de amadurecimento, que se estende por toda a vida, quanto mais cedo os pais, professores e educadores passarem a orientar, a ensinar, a educar as crianças, melhor será não só para todos. Porque respeito é bom, e todo mundo gosta. Inclusive Deus.
Marcelo Ferreira
redacao@lagoinha.com
Mas, como agir quando isso está acontecendo? Onde começa o problema e por que ele acontece? Não é preciso ser um expert no assunto para afirmar que a origem talvez esteja justamente no berço, na educação recebida. Claro que, a despeito das falhas dos pais, cada um deve ser responsável por si mesmo e por suas atitudes, e jamais deve-se culpá-los pelo que fizeram ou deixaram de fazer. Até mesmo porque procuraram fazer aquilo que acharam melhor, embora muitos deles, por não saberem como agir ou mesmo por omissão ou negligência foram os protagonistas de muitos fracassos dos seus filhos. Que fique claro também que eles, os filhos, também têm sua parcela de culpa, de irresponsabilidade.
A questão dos limites tem sido motivo de tanta preocupação não só por parte de especialistas e entendidos da área, mas também por parte de pais, educadores, diretores de escola, professores, e todos aqueles que lidam com as mazelas e vicissitudes humanas. A razão e estopim de tudo isso é uma só: a violência cada vez mais precoce e desenfreada. Desde que a imprensa trouxe a público o crime em família que aconteceu na mansão Von Richtofen, onde a própria filha foi o algoz e a protagonista do fato, nunca se discutiu com tanto afinco a questão dos limites.
Os doutores Henry Cloud e John Towsend, ambos PhD em psicologia clínica pela Biola University, são autores da série de livros intitulada Limites . Eles abordam o assunto em diversas áreas do relacionamento, como no casamento e na criação dos filhos. Em sua pertinente obra, Limites no Casamento , eles mostram que tipo de conflitos podem surgir quanto não se há limites no casamento, e o que fazer quando um ou outro não os aceita. De cara eles deixam claro o que pensam aqueles que não gostam de limites. “As pessoas que não respeitam os limites dos outros em geral têm um único lema na vida: faço apenas o que quero.” Segundo explicam a razão de tal comportamento. “Quem é avesso aos limites reage dessa forma porque realmente acredita que o limite – qualquer que seja – seja injusto e ofensivo.”
Como então agir nesses casos? Eles dão algumas dicas. Aqui vão elas:
- Não negue nem minimize a situação se o problema de limites for grave. De nada adianta fugir da verdade;
Não desconsidere a situação, esperando as coisas melhorarem. O tempo por si só não cura a imaturidade;
- Não fique mais complacente e afetuoso, achando que o amor conserta tudo. O caráter precisa mais do que o amor para amadurecer;
Não seja implicante. Ficar repetindo a mesma coisa não vai mudar nada (PV 21.9);
- Não se deixe surpreender toda vez com o comportamento do seu cônjuge. É uma reação defensiva comum de quem ainda tem esperança. Se uma pessoa inconseqüente não sofrer nenhuma pressão externa, continuará inconseqüente. As coisas não vão mudar enquanto você não começar a fazer mudanças em seu relacionamento;
- Não jogue a culpa no outro. Dificilmente os conflitos de limites no casamento têm um lado totalmente inocente e outro lado totalmente culpado. Reconheça a sua parte no problema, tirando a trave de seu próprio olho (Mt. 7:5);
- Não assuma toda a responsabilidade pelo problema. Se você eximir o seu cônjuge da parte que lhe cabe, vai piorar ainda mais o problema (Pv. 19:9)
Essas dicas são válidas e estão inseridas num contexto em que a falta de limites está relacionada à falta de caráter, quando o cônjuge sabe o que está sentindo e pensando, mas menospreza os limites que você impõe e até os resiste. Nesse contexto e caso, dizem os autores, o problema deve ser tratado isoladamente, ou seja, só um dos cônjuges – no caso, o que está sendo menosprezado), já que ambos são como adversários. Eles recomendam que o problema não deve ser tratado em conjunto, ou seja, o companheiro procurar o companheiro e solucionar a questão. Cloud e Towsend explicam. “Como uma criança irritada, seu cônjuge não vai gostar quando você entrar no universo dos limites... Não espere a cooperação de seu cônjuge.”
A questão dos limites é um problema universal e comum a todos, a despeito da cor da pele, classe social, formação acadêmica. Não são apenas os casados que enfrentam esse tipo de problema. Não são apenas os marginais que resistem aos limites. Todos nós, em algum momento da vida (para não dizer todos) já resistiu e ainda resiste aos limites. Afinal, quem gosta de receber um “Não” como resposta? Domar a carne e a índole humanas não é tarefa fácil, mesmo para o mais espiritual dos homens. A Bíblia está recheada de exemplos de homens e mulheres que sempre tiveram dificuldades para lidar com sues limites e os limites dos outros. E o preço que tiveram que pagar por infringir regras foi altíssimo.
Assim. Se considerarmos que educação vem do berço e que é de lá que se inicia todo o processo de amadurecimento, que se estende por toda a vida, quanto mais cedo os pais, professores e educadores passarem a orientar, a ensinar, a educar as crianças, melhor será não só para todos. Porque respeito é bom, e todo mundo gosta. Inclusive Deus.
Marcelo Ferreira
redacao@lagoinha.com